Tantas! 2010

Caráter

Numa entrevista escutei um sujeito afirmar.
Não gosto de trabalhar,me chamam de vagabundo.
Mas com a minha profissão.
Dou trabalho pra todo mundo.
Do menor ao maior cargo,todos contam comigo para sustentar.
Graças a Deus não trabalho, me orgulho em ajudar.
De uma mansão eu espero
O JUIZ trabalhar.
Porque nessa profissão eu também
Devo GANHAR
Ele me deve uma sentença.
Com licença, agora vão trabalhar.
Que eu também sou filho de Deus.
Eu mereço DESCANSAR.

Darmira Oliveira Lourenço - 19/08/2010


LIBERDADE DIVINA

Sou convidado para Ceia
LÁ encontro meus irmãos
Para juntos comemorar
Corpo,sangue e salvação

Cristo na Santa Ceia,convidou
Participem do cálice,ele é comunhão
Tomai,Todos e Comei...
Tomai,Todos e Bebei...

Serviram-nos na abertura
Uma linda canção
Saudamos na Trindade Santa
Pedimos perdão,louvor e oração

Quando acontece o milagre
Do pão e do vinho
Tomamos,Comemos o Teu Corpo
Teu Cálice não nos deram não

Cristo na Santa Ceia,convidou
Participem do cálice,ele é comunhão
Tomai,Todos e Comei...
Tomai,Todos e Bebei...

O teu corpo e teu sangue
É nossa alimentação
O que faremos nós?
Se o homem sem fé
Não aceita o sacramento não

Ele não quer salvar
Até a cruz de Jesus
Ele quer tirar
Nas Escolas,Poder Publíco
Em todas Repartições

Cristo na Santa Ceia,convidou
Participem do cálice,ele é comunhão
Tomai,Todos e Comei...
Tomai,Todos e Bebei...

O que faremos nós?
O que faremos nós?
Por Deus ,pense no irmão
Nas crianças em nossa Nação.

Darmira Oliveira Lourenço


causa da morte

como se explica
a angústia do avesso
e qual o sentido
do certo duvidoso
a vida tão passageira
de rédea curta
o não da tarde de verão

uma faísca de esperança
quebra as cinzas do morto
de vermelha dor

num copo gélido
talvez
nalgum lugar
haja uma fogueira
para selar
a cerimônia fúnebre
da incerteza certa
de mais um dia operário
na mesma hora
no mesmo local

(Sol) Lyllytthg
verão/2010


luz

esgoto em mim
esgoto em ti

no gosto podre
da solidão

sujeira solidária
não tão só no subsolo

a mesma mão
que aqui afunda
planta um girassol
no fim do cano

(Sol) Lyllytthg
verão/2010


escape

posso atirar para o alto
o holerite do mês
o consumo prévio
do desnecessário

os braços operários
que movimentam
a economia do país

a greve polítca-partidária
o individualismo no indicador

selar com um carimbo digital
o livre arbítrio
e adivinhar o final

no fim
(que sempre chega)

permaneço abelha na colméia
a vida é minha luta diária
a arte minha salvação

(Sol) Lyllytthg
verão/2010


outras leituras (dispersos):

ainda

“ e entrei devagar no meu próprio
e inestimável e infinito deserto.”
(C.L.)
:os dedos sentem
humana ignorância

quisera ser

permaneço
estilhaços
por todos
os lados

(Lendo Um sopro de vida: Pulsações – Clarice Lispector)
Inverno/2010
(Sol) Lyllytthhg


liberdade

pendulo centrado
lançado a si mesmo

palavra impossível

o poema é respiro
(pres)ente

(lendo Bachelard)
Inverno/2010
(Sol) Lyllytthhg



Porque?

Escrevo pra não calar...
porque escrever é derramar-se...
é entregar-se ao diálogo interior...
viajar sem destino...
por lugares seus...
infinitos...

escrever é doar a quem queira sua inspiração...
é contar em rabiscos totalmente verdadeiros...
um pouco de você...
ou um pouco de tudo o que há em você...
dizer o que pensa ao papel...
pra quem deseja te saber...

escrever é a musica das mãos...
é a poesia no chão...
no chão do papel...
aquele... que um dia será encontrado...
e te fará infinito...
ao menos para um olhar...

escrever é ser...
sem voz...
sem rosto...
apenas com riscos...
que nascem no coração e por não mais caber...
buscam deitar-se em folhas eternas e solitárias...

Poliana Menina


Espera

Doce "espera"...que toma conta da minha vida...
meus dias são teus "espera"...minha amada...
faz-me delirar...
te quero cada vez mais...
e sempre...
me anima...
tira a calma...tão desnecessária para quem quer viver intensamente...
tão intensa que chega a me tirar o fôlego...
e você...minha doce espera...
faz a vida acontecer...
diferente todos os dias...
e se mostra cruel...e me faz sofrer...
de tanto querer...
e quando o fim...que me libertaria desse amor por ti...
encontro algo que queira tanto quanto a vida...
e de novo você me toma...
preciosa e amada "espera"...

Poliana Menina


Inverno

O sol está lá fora,
mas seu calor não.
O vento gelado canta,
entra por todos os buracos possíveis.
Impossível detê-lo.
Tenta levar tudo o que é velho,
reciclando a vida.
Não consegue, porém,
levar você do meu peito.
Você pudera, não é uma folha seca!
Um dia, pensei que era possível
arrancá-lo como mágica e seguir voando,
mas o amor é feito
de outra substância.
Não entra carbono
nem outro elemento físico.
Talvez seja feito de substância divina
indestrutível!
Meu Deus!
Como fui ingênua
Crer ser possível destruir
sua essência em meu peito!
Você nos emprestou para experimentarmos
a vida tal como ela É!
Arrogantes que somos, acreditamos
poder ser deuses!
E agora você arde em meu peito,
me mostrando o quão idiota fui!
Um frio glacial em mim
pede seu corpo e seu amor,
mas não lhe tenho mais...

Bete (curso Prosa)


Pesadelo

Minha carne grita
Meu sangue corre preguiçosamente
Não estou pensando
Nem querendo
Vida.............porque me abandona?
Sempre me quis
Fomos amantes outrora
Onde encontro meus sonhos?
Cadê meus chinelos?
Que bom que acordei
Aqui é céu ou inferno?
Ah não!!!
Tudo de novo...

Poliana Menina



Poema Rodapé








Este é o rodapé da página, por onde sua vista passa sem reter atenção e sem intenção de nada. Um rodapé sem pé nem cabeça. Uma sentença nula de palavras flácidas e pontuação seqüelada. Um rodapé marginal sitiado além da borda inferior da folha de um livro de um poeta morto, mesmo que inda vivo, que cabeceia letras, engarrafa idéias, suspende propostas, no papel que branqueia e amarela. Um rodapé sem emoção alguma, sem métrica ou rima, sem sentido, sem NU ME RA ÇÃO.

Karin Hessel



PASSAGEM

Esgotou-se o tempo.
Foram ditas as últimas palavras
O último telefonema foi dado
Já sem alegria e cheio de preocupações.

O gosto da fruta já não é mais o mesmo
O filho foi deixado em casa, seguro e aflito
O último olhar para as estrelas
O último respirar noturno.

O passeio em tom de despedida,
O último divertimento foi na internet
O último sonho na cama da neta
Tudo se perdeu.

Restaram lágrimas, Tristeza
E um vazio profundo
Nada mais é esperança
E tudo é saudade.

Sueli Rodrigues




Provoque-me cama leoa...

brincar de revidar
palavras cuspidas
nem sempre sabidas
vividas
inteligência inútil
fútil
sem graça
sem samba
sem dança
falar de ninguém
pra alguém ouvir
se quer saber
ninguém querer
gritar
espernear
cambalear
saborear
o amor dos outros
brincar de ser louco bobo
saber tudo
tudo o que não sente
tudo o que nada ensina
se mente
amor escondido
que vende guerra
que finge e encerra
e a mão
na mão
do cão
ah não......
é lobo...
bobo
cae..
tano mano
baiano
como tolo que o ama...
que o compra
pra ser diferente
de gente
normal
que ama
que sente..

Poliana Menina




quantas letras...
não quantas...tantas...
são poucas mais belas...
pequenas ...esferas...
formam estórias...notórias ou não...
criam contos...
de amor de paixão...
mentem... sentem...são...
pequenas palavras que como tantas...
jogadas ao vento
e ao relento
se dão à qualquer querer
que nem se precisa saber
independe do estado
independe do estar
existem
persistem
infinitas
favoritas
minhas...
de mim...pra você...

Poliana Menina



Silêncio

o silencio guarda as mais raras melodias
no silencio nascem as mais belas sintonias
o silencio trás o segredo do poeta
no silencio jaz a saudade de um profeta
salve-me desse silencio
que pena sobre minhas palavras
desse desencanto
que tira meu canto
dessa mesmice
que causa pranto
livra-me do calar
me ensina a brincar
aprender a desenhar
com letras gigantes coloridas
que ecoem nesse fatídico silencio
desinteressante
cativante
ofegante
de um poeta quase morto
que não consegue renascer...

Poliana Menina



----------------------------Somos letras...

Tantas letras...

---------------------Lindas letras...

-------------------------Eu e você somos sílabas...

Cada um... Um pedaço...

-------------Cada qual seu espaço...

------------------------O que se formará...

-------------O que de mim você fará?

---------------------O que pra mim então será?

-------------Te quero tantas

----------------------Pra nascermos algumas palavras...

---------------------------Crescermos alguns textos...

--------------------------------E vivermos alguns livros...

Poliana Menina